Hoje, a Deisinha faz aniversário. Seriam 88 anos de pura simpatia. Que me desculpem mãe, pai, avô, madrinha, esposa e amigos, mas, se tem alguém que me amou mais do que tudo nesse mundo, foi essa mulher. E só o fato de eu saber disso, de eu sentir isso a vida toda, me deixa absolutamente feliz.
E eu também amei. Demais. Estive lá o tempo todo, de verdade, de corpo e alma, até o fim. Não era a vovó velhinha, que eu ia visitar para saber se estava viva, comia um bolo e pulava fora. Não! Era a Deisinha, mil anos à frente do seu tempo, sempre moderna, presente o tempo todo, com quem, de fato, eu curtia a onda, que me ensinou tanto, que me protegeu tanto, cuidou tanto, mimou tanto… E, sim, sempre tinha um bolinho, uma caixa de bis, um biscoito ou mais um milhão de outras guloseimas. (E, saibam, ela sempre me achou muito esbelto; me achava a cara do Gianechini, a doida)!
A Deisinha sempre estava lá. E eu estava também. Como é bom saber disso, lembrar disso! Vendo essa foto, de quando ela ainda fumava – ela parou em 2002 −, me lembrei de que ela nunca fumava perto de mim, para não fazer mal à saúde. A família toda me defumando, os anos 90 comendo solto, e ela, em um tempo em que ninguém se preocupava muito com isso, ia fumar sozinha no banheiro. E eu ficava meio pistola, pois achava aquilo uma bobagem…
Tem também o Roberto Carlos. Ela era apaixonada pelo homem. E eu também fui ficando. Ver um especial do RC ao lado dela era de uma satisfação sem tamanho. Vivenciar a genuína emoção dela era algo bem único. Infelizmente, nunca pude ir com ela ao show dele, mas, tantas e tantas vezes, quando eu ia levá-la ou buscá-la na praia, a trilha sonora da Imigrantes era o Rei. E ela sabia todas. Até hoje, sentar e ouvir um Roberto Carlos, é estar ouvindo com ela. Aliás, herdei sua coleção completa de LPs.
A verdade é que eu penso nela todo dia. Não pula um. E não é o simples pensar saudoso. Não. É o lembrar porque gostaria de mostrar algo, comentar uma novela (ela era doida por novela), porque sei que ela gostaria daquilo, porque ela falava tal coisa, porque ela fazia não sei o quê… É um lembrar ativo. Um lembrar de quem quer, de fato, compartilhar algum momento, talvez por já tê-lo vivenciado tantas e tantas vezes ao lado dela, que faz pouco sentido estar ali na sua ausência.
Mas, honestamente, essa ausência é meio duvidosa. Porque sinto que ela está tanto aqui. Não sou espírita e nem religioso, muito antes, pelo contrário, mas como eu sinto ela o tempo todo por aqui. Olhando, curtindo, protegendo… Ela está aqui e isso é bom demais.
Enfim, já falei muito. Era só para dizer que eu te amo, Deisinha. Feliz aniversário!
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