Escrita, uma retomada

FELIPE LIMA

4 jan, 2021

Ao mesmo tempo em que muito me agradam as promessas de ano novo, desde a tradicional perder peso até a inovadora permanecer vivo, não gosto muito da ideia de ter de bater metas ao longo do ano, mesmo que sejam as minhas e, a priori, me favoreçam. Ainda assim, pra esse ano, entre um guardar mais dinheiro, ler mais do que já venho lendo e, claro, perder alguns quilos, resolvi inserir o audacioso objetivo de escrever um artigo por semana. E aqui estou eu, debutando.

Embora minha vida sempre tenha sido pautada pela escrita, alguns fatores acabaram por me afastar de sua prática diária, recorrente, significativa, intensa, pessoal e criativa. O trabalho foi uma dessas coisas. Bem como um ator pornô, que, provavelmente, não deve chegar em casa ávido por uma boa punheta, eu também, enquanto jornalista e redator, também não chegava em casa babando por colocar aquela ideia no papel. Raramente, aliás, pintava uma boa inspiração para escrever algo – o que pode ser facilmente confirmado olhando, aqui, o feed do Qualquer Bobagem.

O fato é que temos de ser honestos com nós mesmos. Desde 2018 não estou mais naquela rotina enlouquecedora de agência. Segui escrevendo profissionalmente, mas em outro ritmo. Desde o ano passado, venho me dedicando à minha empresa, sendo que escrever compulsoriamente não faz parte das minhas atividades. Ou seja, a desculpa do ator pornô já não cola mais há algum tempo. O que, então, me afasta do meu ideal maior que é escrever? Não sei e, honestamente, não quero me debruçar sobre isso agora, até porque, creio, não seja nada muito profundo e substancial. Apostaria na preguiça, se necessário fosse. No descaso para comigo mesmo, se quiserem que eu seja mais denso.

Feito esse preâmbulo, a conclusão é que só me faltava tomar vergonha na cara para retomar uma rotina saudável e autoral de escrita. Metas de Ano Novo para que vos quero. Cá estou eu. Ainda, quem sabe, um pouco enferrujado, um pouco sem aquela inspiração de outrora, mas, como diria Bandeira sacaneando Bilac, minha escrita é como lavor de joalheiro. Leva tempo e dá trabalho lapidar a palavra, mas, com o fórceps a tiracolo, lá vamos nós.

Então, prezado leitor, toda segunda-feira temos um encontro aqui. Aguardo vocês!

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